Inquisição, imperialismo e xenofobia: repensando a postura científica na Era da Pós-verdade
Resumo
Este artigo propõe uma mudança de postura na forma de pensar e divulgar a ciência, diante do cenário atual de pós-verdade. Amparados na psicologia analítica de C.G. Jung, analisamos o presente contexto como uma resposta natural do inconsciente coletivo à violência epistêmica da modernidade. O racionalismo setorial de Bachelard será contraposto ao modelo epistemológico de Kuhn de paradigmas e revoluções, para pensar a questão do terraplanismo, eleito como caso ilustrativo da pós-verdade. Relacionando esses autores com a crítica à ciência de Bruno Latour, iremos propor um princípio de Gestalt para pensar a transdiciplinaridade na ciência, que não esteja mais baseada na dicotomia moral (certo-errado), mas que funcione de forma integrativa, pondo em diálogo o relativismo natural de Latour e a realidade psíquica de Jung.
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