Inquisição, imperialismo e xenofobia: repensando a postura científica na Era da Pós-verdade
Resumen
Este artigo propõe uma mudança de postura na forma de pensar e divulgar a ciência, diante do cenário atual de pós-verdade. Amparados na psicologia analítica de C.G. Jung, analisamos o presente contexto como uma resposta natural do inconsciente coletivo à violência epistêmica da modernidade. O racionalismo setorial de Bachelard será contraposto ao modelo epistemológico de Kuhn de paradigmas e revoluções, para pensar a questão do terraplanismo, eleito como caso ilustrativo da pós-verdade. Relacionando esses autores com a crítica à ciência de Bruno Latour, iremos propor um princípio de Gestalt para pensar a transdiciplinaridade na ciência, que não esteja mais baseada na dicotomia moral (certo-errado), mas que funcione de forma integrativa, pondo em diálogo o relativismo natural de Latour e a realidade psíquica de Jung.
Descargas
Citas
BACHELARD, G. A filosofia do não. Lisboa: Editorial Presença, 1991.
BONDER, N. A alma imoral: traição e tradição através dos tempos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
DARWIN, C. A origem das espécies por meio da seleção natural. São Paulo: Lafonte, 2017.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: Capitalismo e esquizofrenia. São Paulo, ed. 34, 1995.
LATOUR, B. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34, 2009.
OURIQUES, E. V. Teoria psicopolítica: a emancipação dos aparelhos psicopolíticos da cultura. Coleção Teoria Psicoplítica, V.I. Rio de Janeiro: Temuco, 2017.
OXFORD DICTIONARY. Disponível em:
https://languages.oup.com/word-of-the-year/word-of-the-year-2016. Acesso em: 11 nov. 2019.
FANTINI, J. A. Pós-verdade ou o triunfo da religião? Editorial. Leitura Flutuante: Revista do Centro de Estudos Semiótica e Psicanálise. V. 8, n. 2 (2016). Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/leituraflutuante/article/view/31767. Acesso em: 11 nov. 2019.
JUNG, C. G. Aion: Estudos sobre o simbolismo do si-mesmo. In: Obras completas de C. G. Jung (Vol. IX/2). Petrópolis: Vozes, 1988.
______. Psicologia analítica e cosmovisão. In: A natureza da psique. Obras Completas. VIII/2, Petrópolis: Vozes, 2000.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2001.
NATHAN, T. A Guerra intercultural e a Psicopatologia. In: BARROS. Terapêutica e Cultura. Rio de Janeiro: UERJ, p. 165-195, 1998.
NIETZSCHE, F. Assim Falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SAMPAIO, G.R. Nas trincheiras da cura: as diferentes medicinas no Rio de Janeiro imperial. Campinas: Editora da UNICAMP, CECULT, IFCH, 2001.
VON FRANCE, M. L. Sonhos – um estudo dos sonhos de Jung, Descartes, Sócrates e outras figuras importantes. Petrópolis, Vozes, 2011.
Todos os artigos publicados na Revista Scientiarum Historia recebem a licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
Todas as publicações subsequentes, completas ou parciais, deverão ser feitas com o reconhecimento, nas citações, da Revista Scientiarum Historia como a editora original do artigo.