História da magia?

Historiografando técnicas de outras epistemes

Palavras-chave: Umbanda, Mesmerismo, Psicologia Complexa, Mana, Paradigma Yates

Resumo

Este artigo apresenta resumidamente a trajetória de pesquisa que delineia uma tese de doutorado em vias de conclusão no HCTE. Parte-se de uma análise empírica de grupos religiosos de matriz afroindígena no Rio de Janeiro para a constatação de que a história da medicina no Brasil e a história da magia estão intimamente entrelaçadas. Expandimos nosso argumento destrinchando o desenvolvimento da psicanálise na Europa, seus precursores e desdobramentos, para mostrar que tal fenômeno não é de modo algum cultural ou localizado, mas universalmente humano. Defendendo o paradigma de pesquisa iniciado por Frances Yates em seu estudo sobre a contracultura do Renascimento, apresentamos ainda as contribuições de Cheik Anta Diop e a de pesquisadores do HCTE, que têm se debruçado recentemente sobre o problema. Transpondo nossa pesquisa para um olhar transdisciplinar, tornou-se ainda mais evidente o nosso argumento de que a razão científica e o desenvolvimento tecnológico não estão, nem estarão nunca desvencilhados do pensamento mágico e das experiências místicas. O progresso científico não é um afastamento dessa matriz arcaica humana, mas sim a sua continua reificação. A história das ciências e das técnicas é também uma História da Magia.

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Biografia do Autor

Marcelo Bichara, Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Marcelo Bichara é doutorando do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia.

Carlos Koehler, Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Carlos Koehler é Professor do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, atuando na Linha de Pesquisa Hisória e Filosofia das Ciências Naturais e da Matemática.

Nilton Sousa da Silva, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade federal Rural do Rio de Janeiro

Possui Doutorado em Psicologia (UFRJ, 2002); Pós-Doutorado em Serviço Social (PUC-Rio, 2010); Mestrado em Filosofia (UERJ, 1997); Formação em Psicologia (UGF, 1987); Licenciatura em Psicologia (UGF, 1986) e Bacharelado em Psicologia (UGF, 1986). Professor Associado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Departamento de Psicologia. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) da UFRRJ, Membro Fundador e Coordenador do GT Epistemologia e Interfaces da Psicologia Analítica (EIPsiA / ANPEPP) e Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, da Universidade Agostinho Neto (UAN), Angola. Coordenador do Laboratório de Psicologia e Informações Afro-Descendentes (LAPSIAFRO) da UFRRJ. Supervisor Clínico de Base Junguiana no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da UFRRJ. Afiliado à ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as). Autor dos livros O Mito em Ernst Cassirer e Carl Gustav Jung: uma compreensão do Ser do Humano (Litteris Editora) e Subjetividade, Ciência Moderna e Psicologia Junguiana (Editora EdUR). Psicoterapeuta Junguiano com experiência na área da Saúde Clínica, Social e Educacional. Realiza pesquisas científicas com foco na Subjetividade e no Comportamento Humano, atuando principalmente nos seguintes temas: Psicologia Junguiana, Integridade Social, Exercício das Leis 10.639 e 12.711, e Filosofia da Ciência e Sociedade.

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Publicado
2023-12-20
Como Citar
Rocha Bichara, M. R., Benevenuto Guisard Koehler, C., & Sousa da Silva, N. (2023). História da magia? . Revista Scientiarum Historia, 1(1), e400. https://doi.org/10.51919/revista_sh.v1i1.400
Seção
Epistemologia, Lógicas e Teorias da Mente